Aínda as oito da tarde e xa teño unha fame de carallo! Os chocos e a ensalada do xantar non me chegaron a nada, e como teño fame e ganas de algo quente, ganas de encherme o nariz do cheiriño da cebola fritida, púxenme á obra, cortei en cachiños unha enorme, pelei uns dentes de allo, troceei un pemento e piquei finiño un tomate, metin todo na tixola, cunha pola de canela, cando estivo ben feito engadín o arroz e ao cabo de dous minutos boteille a auga, e mentres andaba a traballar na cociña pensei que te levarei sempre comigo a esa terra dos perdedores que é o recordo, a mil cincocentos kilómetros do fértil humus da vitória que faría medrar entre nós un mato de silvas infranqueable. E como o arroz xa debe estar listo e o meu estómago está que non pode máis, remato aquí este post culinário, onde se demostra que o amor e as cebolas gozan xa dende tempos remotos dunha estreita relación na que outro día tentarei aprondundar.
5 comentários:
Mas eu gosto de posts culinários... Inicialmente pareceu-me um prato de massa, mas não, é mesmo de arroz e com óptimo aspecto.
Aguardo a dissertação sobre o amor e as cebolas..
Eu também quero ver o que é que dá esse amor com as cebolas. Cá em casa não dá certo. Eu que adoro cebola em tudo, tenho logo o responso de todos os meus amores cá de casa. Sobretudo aquela com quem durmo: "vais virar a tua cara para lá quando formos dormir." Por isso fico curioso, também!
Verdadeiramente não tem muito mistério esta relação, o amor costuma provocar efeitos similares que quando se está a cortar em pedaços uma cebola... porém somentes era uma licência poética.
E sim, se o amor tem sucesso, então a cebola e o alho voltar-se-ão inimigos dele. É uma relação que só aparece no infortúnio.
(aliás, licença)
esa terra dos perdedores que é o recordo
que tenruriña me entrou lendo este post, rui...
quedou moi ben ese pensamento no medio do arros e a cebola
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